Real digital: Para que serve e quem pode usar nova forma de dinheiro do Banco Central

real digital

Embora seja o equivalente digital do real brasileiro, uma criptomoeda, o real digital não o é. O real digital será composto por um sistema de duas moedas: o real tokenizado, que será emitido pelo mercado, e o real de atacado, que será utilizado para transações entre o BC e as instituições financeiras credenciadas. e será entregue ao usuário final.

Transações entre pessoas serão possíveis diretamente através do real tokenizado. O especialista em tecnologia e inovação Arthur Igreja fornece uma ilustração do mundo real: na Califórnia, os registros de carros podem ser tokenizados. Na hora de vender, a pessoa física tem acesso direto ao documento e pode mudar de titularidade sem passar por despachante ou tabelião.

A principal distinção entre criptomoedas e o real virtual é que este último estará sujeito a regulamentação. Não há regulamentação para moedas digitais como bitcoin e ethereum. O valor da moeda nunca muda; um real digital é igual a R$ 1.

O que é exatamente o projeto-piloto do BC?

  • A criação da infraestrutura necessária para a criação do real digital será o principal objetivo do projeto. O “Pix dos serviços financeiros” é como o BC se refere ao real digital.
  • Antes da formalização do real digital, todas as transações serão simuladas com o auxílio do BC e dos agentes do mercado para a realização dos testes necessários.
  • O objetivo do real digital é facilitar as transações e barateá-las.

Cronograma do projeto

  • Abril de 2023: O BC fará um workshop com participantes do mercado para discutir as diretrizes do piloto.
  • Maio de 2023: BC vai selecionar as instituições financeiras que vão participar ativamente do projeto piloto. Ainda não há regras para definir quem serão os selecionados.
  • Dezembro de 2023: A expectativa é de que o real digital e o real tokenizado estejam bem desenvolvidos.
  • Fevereiro de 2024: Começam os testes de compra e venda de ativos do Tesouro Nacional com o real digital.
  • Março de 2024: Início da avaliação final do projeto-piloto para entender o que funcionou e o que precisa ser aprimorado.
  • Final de 2024 (sem data definida): Lançamento aos brasileiros. O BC diz que é uma previsão que projeto pode atrasar caso precisem realizar mais testes.

Como o mundo digital poderia realmente funcionar

Ainda existem muitos tipos diferentes de serviços que podem se desenvolver como resultado do desenvolvimento do real digital. As soluções serão desenvolvidas por instituições financeiras, segundo Fábio Arajo, coordenador da iniciativa digital real do BC. Segundo Arajo, cabe ao BC regulamentar a nova ferramenta, mas o mercado é inventivo na hora de aplicar novas ideias.

Segundo Nabeshima, o real digital poderia ter a capacidade de ser usado para pagamentos por meio de carteiras digitais.

“Contratos inteligentes” são uma opção adicional. Na verdade, eles permitem que você programe pagamentos e transações que podem começar a partir de coisas, como quando você vende um carro.

O Lift Challenge pôs à prova algumas aplicações de realidade digital. Trata-se de uma edição especial de um laboratório de inovação do BC destinado a avaliar potenciais usos do real digital criado pelos agentes do mercado. Conheça alguns deles:.

  • O Itaú pesquisou as transferências internacionais de dinheiro. Os testes envolviam a transferência de dinheiro do Tesouro brasileiro do Itaú para a filial colombiana do banco.
  • A Visa concentrou-se em pequenas e médias empresas, tentando encontrar uma maneira de essas empresas acessarem fundos de investimento estrangeiro via internet.
  • A Vert, empresa de tecnologia para serviços financeiros, buscou oferecer crédito imobiliário digital para crédito rural de forma mais simples, rápida e direta.
  • O Santander lançou uma solução que permite que o pagamento de um bem, como um carro ou um imóvel, ocorra concomitantemente com a transferência da propriedade para o comprador.
  • Por meio de uma rede de armários programáveis ​​baseada na internet das coisas, a Febraban apresentou uma solução de entrega de encomendas para e-commerce. Ele fornece uma solução logística que permite que várias plataformas de comércio eletrônico acessem pontos de entrega seguros na prática.

O dinheiro vai deixar de existir?

A circulação deve diminuir, mas não sumir completamente. Nabeshima diz que a circulação de dinheiro já diminuiu com funcionalidades como o Pix e pela própria pandemia. No entanto, diz que o dinheiro físico não vai acabar de uma hora para outra e que não será apenas pelo real digital se isso de fato acontecer. É uma tendência que já vem se desenhando.

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